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Agosto 13, 2025Para assinalar o encerramento do ano letivo, cerca de 120 professores do Colégio Dom Diogo de Sousa estiveram presentes na Colunata do Bom Jesus, onde tiveram a oportunidade de ouvir o engenheiro José Teixeira — que se apresentou, com desarmante simplicidade e provocação, como “um pedreiro que vive num teatro”.
Num discurso profundamente simbólico, convidou os docentes a refletirem sobre o sentido da escola, o lugar da educação e a urgência de transformar, com consciência e coragem, a sociedade em que vivemos. A intervenção, marcada por uma linguagem metafórica e por uma crítica lúcida ao ritmo acelerado e consumista da sociedade contemporânea, começou com uma reflexão sobre o que verdadeiramente importa: o ser e não o ter.
Para José Teixeira, há um imperativo de mudança. “Há muito a fazer”, afirmou, sublinhando o papel essencial dos professores “nestes tempos fraturantes”. Inspirado no Papa Francisco, referiu-se à escola como parte de uma “casa comum” que deve ser cuidada e repensada com responsabilidade e visão.
Ao longo da sua intervenção, desafiou os presentes a recentrarem a sua ação educativa em três pilares fundamentais: o Bem, o Belo e a Verdade. “A nobreza de espírito” é essencial, acrescentou, numa crítica ao imediatismo e à superficialidade que hoje dominam tantos discursos e práticas. A crítica estendeu-se à lógica do consumo desenfreado: “Ficámos aditivos dos centros comerciais e não de uma biblioteca. Os altares das cidades são agora os outdoors”. Defendeu a urgência de refletir sobre temas como o desperdício, o consumismo e a falta de empatia. Para si, mais do que nunca, é preciso “apostar na empatia” e aprender a valorizar a diferença: “Todos somos diferentes, temos opiniões diferentes. O importante é centrarmo-nos no que temos em comum”.
O apelo foi claro: é preciso um novo ethos, um carácter forjado na confiança, na escuta, na reflexão. Seja nas empresas ou nas relações interpessoais, José Teixeira acredita que “é central confiar”. No final da sua intervenção, o engenheiro da DST deixou mais do que ideias — deixou inquietações. Com palavras simples e imagens densas, lançou um apelo à responsabilidade coletiva, à escuta ativa e à construção de um futuro mais justo, mais consciente e mais humano. Os professores, lembrou, são construtores de sentido numa sociedade em constante transformação. Cabe-lhes, pois, a tarefa nobre de ajudar a ler o mundo e a formar consciências. Porque, no fundo, como quem procura dentro da pedra, educar é também esculpir: com tempo, com verdade e com carácter.
Foi um privilégio ouvir alguém que, com autenticidade e inquietação, nos ajudou a olhar para o essencial.